sábado, 31 de outubro de 2009

Matéria 12 - Editoria Torcida

Silva, do Rio Claro: 20 anos vestindo a camisa do clube
A foto favorita de Silva, no time, o quinto em pé, da esquerda para a direita

Uma camisa e uma calça azul e branca. Este é o uniforme do dia-adia de Severino Santos Silva, 56 anos, ou Silva do Rio Claro, como é conhecido. Futebol é com ele mesmo. Silva criou há 20 anos,com alguns amigos, o Rio Claro F.C, clube de futebol de várzea do bairro Jardim Rio Claro, em São Mateus, zona leste.

A ideia surgiu logo depois que várias famílias vieram fazer parte do Promorar, conjunto habitacional da região. “No Promorar não tinha nada de esporte, então decidimos criar o clube. Depois, resolvemos criar a categoria juvenil, porque as crianças não tinham opções de lazer”, conta ele.

Com o d i n h e i r o da rifa de um violão e um relógio, compraram o primeiro uniforme do time, que Silva veste com orgulho para acompanhar o clube nas partidas contra times dos bairros vizinhos de São Rafael, Colonial, Iguatemi, Fazenda do Juta, Nove de Julho, São Gonçalo, entre outros.

Não é só com os times vizinhos que o Rio Claro joga. Há partidas com clubes de várzea de outras regiões. Numa destas que o time conquistou uma vitória na Copa Leidiane–Kaiser de Futebol Varzeano. O clube também está na seletiva para a próxima Copa Kaiser, que reúne times da grande São Paulo e é uma das mais disputadas pelos clubes amadores.

Cerca de 210 pessoas fazem parte do Rio Claro F.C e jogam em uma das quatro categorias do time: Cai da cama, para os que jogam ao raiar do dia e já passaram dos 50, veterano, para os jogadores acima de 35 anos, esporte, para os que têm entre 16 e 35 anos e juvenil, para os jovens e crianças.

“A nossa intenção é trazer mais esporte e lazer, principalmente para as crianças. Nós estamos incentivando outros times a abrirem espaço para elas. Há muitos times para os adultos, mas para as crianças, não”, conta Silva, que tinha acabado de chegar de um campeonato com os pequenos.

Silva se orgulha do caminho que os meninos tomaram. Dois deles já passaram a jogar na modalidade juvenil do Palmeiras, outros continuam na busca do sonho, mas para ele o mais importante é que esses garotos se tornem pessoas de bem. “Às vezes não conseguimos fazer um profissional, mas um pai de família”, explica.

O futebol é responsável por grandes mudanças na vida de Silva. Uma delas é o abandono do álcool, pelo qual foi dependente por muitos anos. “O futebol foi quase tudo na minha vida. Se hoje eu sou o Silva do Rio Claro é por causa do futebol”, conclui.

Matéria 11 - Editoria Torcida

Futebol também é cultura

Um museu dedicado à paixão dos brasileiros

Muitas atrações: a visita ao museu é um mergulho no mundo da bola


Você sabe qual foi a maior goleada em uma partida de futebol no Brasil? Qual foi o maior público em um campeonato no País? Essas e outras perguntas são respondidas no Museu do Futebol, inaugurado no dia 29 de setembro, no Estádio do Pacaembu.

Logo na entrada, os amantes do esporte encontram uma exposição objetos que marcaram a vida do jogador, como d o c u m e n t o s , medalhas, troféus, vídeos da época, a bola que marcou o milésimo gol, em 1969, além de uma estátua de cera em tamanho real, que impressiona os visitantes pela semelhança com o Rei. A mostra sobre Pelé faz parte da sala de exposições temporárias e vai até o dia 14 de dezembro.

“Nós devemos reconhecer o valor desse jogador. Quanto ao museu, é excelente, nem tenho o que dizer”, comentou o aposentado Acris da Silva, 70, que tem o futebol com uma grande paixão e joga no time do Sindicato dos Aposentados de São Paulo.

O museu, um investimento de R$ 32,5 milhões, possui três andares que se dividem em três temas: Emoção, História e Diversão. São 15 salas para os visitantes entrarem na história do esporte, como a sala “Anjos Barroco”, que homenageia 25 grandes jogadores, ídolos de várias gerações, a sala de gols, que relembra grandes goleadas narradas por jornalistas e comentaristas, tanto da TV, como do rádio.

Outras salas que contam a origem do futebol no mundo e no Brasil, os artistas e personalidades da época, as copas do mundo, curiosidades, os grandes movimentos da arte do futebol, entre outras, fazem parte do museu.

Uma parte disputada são as últimas salas, com imagens em terceira dimensão e campos projetados no chão, onde os visitantes jogam com uma bola virtual. Mas o que chama mais a atenção é a área de pênalti. Basta entrar na sala, esperar o sinal e chutar a bola com toda a força. Um goleiro virtual é a barreira, e um sistema digital ainda diz qual foi a velocidade do chute. É para qualquer um se sentir um artilheiro.

Outra parte que encanta os visitantes é a sala de exaltação. Vídeos e sons trazem todos para o ambiente de um grande estádio, com a adrenalina, os gritos da torcida e todas as ‘olas’ possíveis. Achei tudo muito bom no museu, mas gostei mais dos gritos da torcida”, diz o estudante Julio Egidio, 17.

Por fim, os visitantes acompanham uma homenagem ao Estádio do Pacaembu, que desde 1940 foi palco de grandes partidas.

Confira algumas frases que marcaram o futebol e estão estampadas no museu:

“Se macumba ganhasse jogo, o campeonato baiano terminaria empatado”. João Saldanha, técnico de futebol.

“Quem se chama Barcímio Sucupira não pega apelido nunca”. Barcímio Sucupira Junior, ou Sucupira, ídolo nos anos 60 e 70, que jogou no Corinthians e em outros times.

“Os jornais ingleses dizem do nosso futebol textualmente o seguinte: ‘Devia ser proibido jogar tão bonito’. Nelson Rodrigues, escritor e jornalista.

Museu do Futebol
Praça Charles Miller, S/NEstádio do Pacaembu
Horários e Ingressos
Museu: de terça a domingo das 10h às 18h.
Bilheteria e entrada: de terça a domingo das
10h às 17h.
O funcionamento do Museu está sujeito
ao calendário de jogos no Pacaembu.
Ingresso: R$ 6,00
Estudantes com carteirinha e idosos: R$ 3,00
Público não pagante: crianças até 7 anos e
estudantes de escolas públicas municipais
e estaduais mediante visitas agendadas


terça-feira, 16 de junho de 2009

Matéria 10 - editoria Vida Real

É correto dar esmolas?


Certo dia, comecei a observar dentro do ônibus, entre o percurso casa, serviço e faculdade, quanto os pedintes arrecadavam durante os cinco minutos - tempo máximo em que eles vendiam o seu “peixe”. A partir dessa observação iniciei uma pequena conta e cheguei a conclusão de que era possível tirar cerca de R$6,00 por hora, mas para comprovar, teria que passar por uma experiência única, me transformar em pedinte por um dia.

A experiência foi mais do que única, foi triste. Ao me “vestir de pedinte” e sair arrecando moedas, as pessoas me olhavam com nojo e desprezo. Confesso que foi a pior sensação que tive até hoje. Em cada ônibus que eu entrava, a vergonha aumentava e a vontade de chorar também, da mesma forma que eu entrava, de cabeça baixa, eu saía.

Naquele instante passei a olhar de outra forma o lado dos pedintes, só que mesmo assim não mudei a minha posição em relação a exploração da solidariedade, pois pude perceber que mesmo diante da humilhação, nunca havia ganhado dinheiro tão fácil em minha vida e para a minha surpresa, consegui arrecadar R$7,35 por hora.

Ao dar uma esmola, muitas pessoas pensam que estão ajudando, mas na verdade estão contribuindo para a permanência dos pedintes nas ruas. Sei que existem pessoas que realmente precisam, só que não posso deixar de lado as que aproveitam da bondade para conseguir dinheiro fácil, fora aquelas que exploram crianças e interrompem o futuro de muitas.

O trabalho nas ruas é a atividade que mais cresce entre os jovens de 6 a 18 anos, segundo a pesquisa da Fundação Telefônica, entre outubro de 2007 e junho deste ano. Dentre os jovens que declararam desenvolver algum tipo de trabalho, 45% disseram que trabalham nas ruas. De acordo com dados da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), calcula-se em R$25 milhões por ano o movimento de esmolas da cidade de São Paulo.

A cada dia, essa máfia de dinheiro cresce e com base nesses dados é que eu defendo a minha opinião de ser contra. Em um primeiro momento, sei que ser pedinte não é opção de vida e sim decorrência de uma sociedade não igualitária, mas a partir do momento em que a prática de ser pedinte se torna freqüente, vira acomodação, porque quem quer mudar de vida, luta, não mendiga.

"Pesquisa aponta que, conforme as crianças crescem, a capacidade de sensibilizar as pessoas é menor. Assim, 70% dos que pedem esmola têm menos de 12 anos de idade." Fonte FIPE - (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas)

Matéria 9 - editoria Vida Real

Drogas, e agora?

A história de quem vive ou já viveu o drama e o mais importante: como lidar com a situação



Ana Paula Amanso, 39, há três meses abandonou o crack que, segundo ela, passou a usar para fugir dos problemas que enfrentava na época. Por vergonha de sua aparência, deixou a casa, o filho de 13 anos e os familiares, e passou a ser moradora de rua. A família, no desespero, chegou a fazer boletim de ocorrência, relatando que Ana havia desaparecido.

“Depois que a minha mãe foi à delegacia, acho que ficou desconfiada e ia direto à Cracolândia me procurar, só que eu me escondia. Não queria que ela me visse naquele estado”, relata Ana que, durante três meses, fugiu da família.

Hoje, recuperada do vício e após ter retornado para a casa, Ana enfrenta outro problema. “A minha dificuldade é conseguir tirar do crack a pessoa que me ajudou a sair, o meu marido”, desabafa.

Todos os dias ela sai para vender bolos, tortas, café e chá, no ponto de ônibus no centro de São Paulo. Quando termina a sua “jornada”, ela continua no centro e passa o restante do dia, pois esta foi a única maneira que encontrou para ficar perto do marido, que às vezes chega a ficar 7 dias fora de “casa”, na mesma situação em que ela ficava como moradora de rua.

Ana Paula afirma que para abandonar o vício, além da força de vontade, a pessoa tem que ter o apoio da família e é por isso que ela fica no centro para ajudar o marido. Nos dias de hoje, existem diversos fatores que levam as pessoas a consumirem drogas. Entre os quais, ela destaca a vontade de pertencer a um grupo, curiosidade, ilusão de solucionar o problema, diversão, fácil acesso ou até mesmo por conta de uma família desestruturada.


“Só percebi que o olho dele era azul na cadeia”
Tia e mãe de criação relatam que ao visitar o sobrinho na cadeia a sensação foi terrível, mas que pela primeira vez viram o quanto ele era bonito. “Estava nervosa, mas quando vi o meu sobrinho, o meu coração ficou tranqüilo. Ele estava com a pele tão rosada, o olho dele estava azul, sendo que nunca eu conseguia ver, porque sempre estava drogado e com os olhos vermelhos, nunca vi ele tão bonito” (sic), relata Ione Amorim Siqueira.

Desde pequeno, Thiago Siqueira Amorim, 20 anos, foi criado com a ajuda de sua tia, até os 4 anos morou com ela e logo após foi levado pela família paterna. Ao completar 9 anos, seu pai o levou para a tia novamente e essa foi a história de Thiago, com idas e vindas.

“Desde criança ele nunca morou em um lugar fixo, sempre passou de mão em mão desde pequeno. Não tem como julgar, porque no caso dele faltou carinho”, diz. Thiago Amorim, 20 anos, foi preso por furto. Há três meses, ele foi flagrado roubando um microônibus no bairro onde morava, o dinheiro seria usado para comprar crack e maconha, durante este período ele mandou cartas com pedidos de desculpas e frases de arrependimento, mas basta a família pensar que tudo vai melhor, que o rapaz de 20 anos volta a cometer erros.

Thiago que estava ameaçado no bairro onde morava, na zona sul, agora é ameaçado dentro da cadeia. “Pensei que depois que ele foi preso ia melhor, mas agora está pior, porque ele faz dívidas de drogas lá dentro e joga para a família pagar”, relata Ione Amorim, que hoje tem medo de ficar em casa, após ter sido ameaçada por telefone.

“Depois que invadiram a minha casa, eu tenho medo de atender o celular, porque eles ligam pedindo dinheiro e que se não depositar vão matar o meu filho, eu não consigo dormir direito e até tirei a campainha de casa”, declara Maria Erlândia, mãe biológica de Thiago, que espera pelo julgamento do filho.

O sofrimento que a família passa nessas horas é enorme, nos dias de hoje, existem diversos fatores que levam as pessoas a consumirem drogas dos quais se destacam: vontade de pertencer a um grupo, curiosidade, diversão, fácil acesso, família desestruturada ou até mesmo pela ilusão de solucionar problemas.

Fique atento!

Voz da Periferia: Como os pais podem notar que seu filho está usando algum tipo de droga?
Tatiana Helena - Especialista em Dependência Química: O consumo de substâncias químicas altera o comportamento do indivíduo, alguns indicativos tais como abandono de atividade antes prazerosas, dificuldade para dormir ou excesso de sono, apetite e até mesmo agressividade.

Voz da Periferia: Ao perceber comportamentos estranhos, ainda no início do problema, qual deve ser a reação dos pais?
Tatiana Helena - Especialista em Dependência Química: É estreitar e fortalecer o vínculo afetivo, orientá-lo a respeito dos prejuízos causados pelo consumo de substâncias psicoativas, sem “terrorismo”. Os pais devem buscar auxilio em instituições ou livros/artigos que falem sobre os problemas causados e por fim buscar um local específico que ofereça tratamento.

Voz da Periferia: Se o consumo de drogas já está em estágio avançado, qual é o melhor caminho para a recuperação?
Tatiana Helena - Especialista em Dependência Química:
Pesquisar, procurar um local adequado para o tratamento de pessoas que tenham problemas relacionados do consumo de álcool e drogas.

Matéria 8 - editoria Sua Chance!

Agência gratuita oferece cursos e orientação profissional

Além de buscar vagas, interessados podem aprender a elaborar currículos e a se comportar em dinâmicas e entrevistas


Valdelice Rubens Silva, 29 anos, que sempre trabalhou como voluntária do SRE, Serviços de Recursos de Emprego, começou a trabalhar há três meses com a ajuda da agência, depois de ter ficado sete meses desempregada. Foi no SRE que aprendeu a lidar com computador, recepção e atendimento telefônico.

Mesmo depois de conseguir um emprego fixo, numa loja de manutenção de celulares, Valdelice ainda é voluntária do SRE. Todos os dias, quando sai do trabalho, às 16h, ela vai para a agência ajudar no que for preciso.

O SRE recebe cerca de 550 visitas por mês e tem cinco unidades no estado, em Campinas, Sorocaba, ABC e Santos, além da agência na capital, que fica na Avenida Paulista. Cerca de dez voluntários trabalham no atendimento na unidade de São Paulo, que funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 15h.

Além de encaminhar para entrevistas de trabalho, a agência realiza vários cursos gratuitos como departamento pessoal, escrituração fiscal, auxiliar administrativo e telemarketing. Todos os professores são voluntários e especialistas na área.

O SRE também realiza um curso chamado CASP, Curso de Auto-Suficiência Profissional, que ensina como elaborar currículos e como se comportar em entrevistas e dinâmicas de grupo. Foi deste curso que Patrícia da Silva Soares, 23, participou. “Este curso, além de outro de telemarketing, me ajudaram a elaborar currículos, me comportar em entrevistas e aprender técnicas para ingressar na área de telemarketing”, afirma.

Para os que procuram cursos técnicos ou superiores, a agência disponibiliza manuais e guias de cursos e universidades. Já para os que procuram emprego, o SRE oferece livros, revistas e jornais para a atualização e consulta de vagas, além de acesso à internet para elaboração e envio de currículos às empresas.

Valdelice lembra que ela não é a única a ter a experiência de encontrar um emprego por meio da agência. “Conheço muitas pessoas que conseguiram trabalho por meio do SRE. Às vezes elas ligam para nos agradecer”, conta ela, que atualmente mora em Valinhos, interior de São Paulo.


SRE – São Paulo
Av. Paulista, 1439 – 4º andar - conjunto 43 - (11) 3262-2104
www.sre.org.br

quarta-feira, 18 de março de 2009

Matéria 7 - editoria Viva Saúde

2008: ano do saneamento básico?

Problema que atinge 47% da população brasileira e mata 15 mil por ano, ganha um ano de celebração


Moradores dividem espaço com o córrego local

Parece até ironia, mas a principal causa da mortalidade infantil no Brasil ganhou o ano internacional de comemoração. A cada 96 minutos morre uma criança de 0 a 4 anos de idade por falta de saneamento básico. Mesmo com esses dados, a ONU (Organização das Nações Unidas) criou a data especial para um problema que, caso não seja tratado desde agora, só poderá ser resolvido daqui 114 anos, de acordo com a pesquisa realizada pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) e pelo Instituto Trata Brasil.

De acordo com os pesquisadores, os bairros da periferia são os que mais sofrem com a falta de redes de esgoto. A saúde da população de baixa renda é sacrificada diariamente pela falta de investimentos na rede de abastecimento de água e de coleta de esgoto.


A falta de saneamento básico causa inúmeras doenças que poderiam ser evitadas, caso o investimento nessa área fosse maior. De acordo com o Projeto Esgoto é Vida, para cada R$1,00 investido em saneamento, seria feita uma economia de R$ 4,00 na cura de doenças. Mas, enquanto o investimento não chega, o que fazer?

Na área do Grotão, na segunda maior favela de São Paulo – Paraisópolis, o investimento é bem precário, com carências de infra-estrutura e saneamento básico, as famílias cuidam da saúde com métodos simples e até onde o bolso alcança.

Vicentina Cirila dos Santos, 36 anos, mãe de 6 filhos, descreve que sempre morou no Grotão e que os únicos métodos que ela e sua família sempre utilizam para cuidar da saúde é beber água filtrada, fazer exames de sangue regularmente e tomar comprimido contra vermes. Mesmo com esses cuidados a família de dona Vicentina não está imune de doenças, porque ao lavar os alimentos eles sempre utilizam a água da torneira.

Ana Cristina Rodrigues dos Santos, 29 anos, Agente Comunitária de Saúde há 3 anos da UBS Paraisópolis, afirma que a doença mais freqüente na comunidade é a verminose. “Fazemos o acolhimento, vamos de casa em casa orientando as pessoas, mas a maioria fala que vai marcar a consulta e depois não vai, e a doença acaba sendo tratada em casa, nem procuram o médico”, declarou.

Na residência, que é grudada ao esgoto, mora Marines dos Santos Santana, 30 anos, e mais 5 pessoas. A história relatada por ela acaba sendo a mesma contada pela agente comunitária, ela descreve que a única coisa que faz é tomar água filtrada. Mãe de três filhos, com idades de 02 a 11 anos, ela afirma que não leva as crianças nem para tomar remédio contra verme. “Só levo eles para fazer exames de sangue, mas quando sentem alguma diarréia eu trato em casa”, explica.

A situação das famílias que residem no Grotão é precária e piorou após o mês de julho, data na qual foi iniciada as obras de urbanização. Alguns barracos foram demolidos para a construção de uma rua e canalização do córrego que recebe o esgoto local.

Com o início das construções restaram os entulhos que atraem pragas como: ratos, baratas, eoutros transmissores de doenças. E a obra, que irá beneficiar a região futuramente, hoje acaba comprometendo a saúde dos moradores.

A falta de saneamento básico causa doenças e epidemias como: cólera, diarréia, meningite, pólio e leptospirose

Prevenção
1° Manter as mãos sempre limpas e unhas aparadas;

2° Beber somente água filtrada ou fervida;

3° Lavar bem os alimentos antes do preparo;

4° Andar somente calçado;

5° Não deixar as crianças brincarem em terrenos baldios.

Matéria 6 - editoria Viva Saúde

Saúde na terceira idade:
Saiba como melhorar a qualidade de vida com a Medicina Tradicional Chinesa

A prática do exercício integra as pessoas e traz qualidade de vida


Você já pensou em dar adeus às dores nas costas, reduzir ansiedade, quantidade de medicamentos e acabar com a depressão? Com a prática regular da medicina chinesa é possível prevenir e se recuperar desses problemas.

A prática da MTC (Medicina Tradicional Chinesa) é recomendada à pessoas de todas as idades, mas especialmente àquelas com mais de quarenta anos, idade que inicia a fase de enfraquecimento da energia vital, gerando as doenças crônicas.

A MTC proporciona domínio das emoções, equilíbrio do sistema respiratório além de preservar a saúde física, mental e espiritual, levando o seu praticante à recuperação da saúde perdida, afinal sempre é aquela velha história, o tempo passa, a idade chega e com ela surgem doenças que até então não existiam.

Na periferia da zona sul de São Paulo, um grupo da terceira idade se preocupa com a saúde diariamente. Todos os dias no período da manhã, cerca de 50 idosos se reunem em uma quadra para praticar Tai Chi Pai Lin e Lian Gong - técnicas da medicina chinesa que ajudam na prevenção e na cura de doenças.

Uma das alunas que sempre está presente nas aulas é a senhora Antônia da Silva, 67 anos. Praticante da MTC há 4 anos, hoje consegue controlar a pressão e a diabete.

“Antes eu tomava 42 doses de insulina de manhã, 14 meio dia e 24 antes de dormir. Hoje, eu tomo 42 de manhã, 14 meio dia e 14 de noite”, descreve.

Antônia, que vivia deitada e sem disposição, hoje tem outra rotina. “Antes eu não tinha ânimo para nada, sentia dores nos braços, no pescoço e tinha até dificuldade para segurar uma colher, hoje só sinto dores quando pego pesado nos exercícios, mas só ”, afirma.

A professora Elizabete Alves de Souza, 50 anos, monitora das Práticas da Medicina Tradicional Chinesa, descreve a importância dessas terapias na vida dos alunos.“É gratificante ver o resultado que a medicina chinesa faz na vida deles, alunos que chegaram aqui com AVC, que andavam com a ajuda de outras pessoas, usavam bengalas e hoje chegam aqui andando normal, sem ajuda de ninguém ”, relata.

Outra vantagem que a prática do Tai Chi Pai Lin e Lian Gong traz é que por meio dessas terapias é possível evitar ou até acabar com crises depressivas, problema freqüente entre a terceira idade.

“Os idosos que praticam exercícios se sentem melhores e ficam com a auto-estima mais elevada só de chegar aqui e se relacionar com o grupo”, diz irmã Elizabete, professora e praticante da medicina chinesa há 7 anos.

Tai Chi Pai Lin
São exercícios de alongamento, automassagem, respiração,
treinamentos de energia, métodos para o relaxamento do corpo.
Sua prática traz enormes benefícios à saúde física e mental,
podendo prevenir, aliviar e curar inúmeras doenças.
Lian Gong (pronuncia-se “liam cum”)

Lian Gong

São exercícios que ajudam na circulação do sangue, restauram
a movimentação natural, melhorando a resistência e a vitalidade
do organismo. Servem também para prevenção e tratamento da
bronquite crônica e da debilidade funcional do coração e dos pulmões,
bem como outras doenças crônicas das vias respiratórias.


Aulas gratuitas de Medicina Tradicional Chinesa
UBS – Figueira Grande
Endereço:Daniel Klein, 211
Jardim Figueira Grande

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Matéria 5 - editoria Viva Saúde

Aprenda a se prevenir contra o inimigo do peito


Índice de morte por câncer de mama aumentou 68% no Brasil,
doença é a que mais mata entre as mulheres


Não fosse por conta de uma pancada no seio, Cordélia Maria dos Santos,42, teria descoberto o câncer de mama bem mais tarde. “Eu não tinha nenhum sintoma.Só senti quando levei uma pancada no seio e o caroço ficou palpável. Não sei o que teria acontecido se não tivesse sofrido aquela pancada ”, conta a dona de casa.

Cordélia faz parte de um grupo de mulheres que sofreu o câncer mais comum entre o sexo feminino, o de mama. Segundo o INCA, Instituto Nacional do Câncer, o câncer de mama é o segundo tipo mais freqüente no mundo e o mais comum entre as mulheres.

A cada ano, cerca de 22%dos casos novos de câncer em mulheres são de mama.

Aproximadamente 80% dos tumores são descobertos pela própria mulher ao apalpar suas mamas, mas no caso de Córdelia foi diferente, mesmo com a mamografia. A dona de casa fez três mamografias e o resultado deu negativo, somente depois de uma biópsia é que o câncer de mama foi constatado.

“Foi um choque.Sempre li sobre isso, ficava sabendo, mas na hora que o médico me deu a notícia meu mundo caiu ”, relembra ela.

Desde outubro de 2005, quando descobriu o câncer,começou uma luta pela vida.“Passei por oito sessões de quimioterapia e fiz três cirurgias ”, diz Cordélia. Foi no IBCC, Instituto Brasileiro de Controle do Câncer,que ela se tratou.

A primeira cirurgia foi para a retirada do seio, a segunda para a reconstrução da mama, e a última para a reconstrução da aréola e do bico do seio. Livre do câncer, mas sem deixar o cuidado médico de lado, Cordélia faz exames a cada seis meses.

A quimioterapia,temida por muitos,foi um período difícil para ela, mas já superado. “Nesse tempo sentia calafrio, tontura e ânsia de vômito,mas disfarçava para não dar medo na minha filha. A quimioterapia é muito complicada,mas o resultado é ótimo.Agora me sinto Mara vilhosamente bem ”, conta ela.

Para Cordélia,o segredo para passar por um momento delicado como esse é o apoio da família e dos amigos. “Ter o apoio da família e dos amigos é o principal. Eu não tive um momento de desânimo, porque tive muito apoio da minha família ”, explica.

Outras mulheres não tiveram a mesma sorte que Cordélia. Segundo o INCA, o câncer de mama é a doença que mais mata mulheres entre 40 e 69 anos. Ele pode ser hereditário, mas com um
risco muito baixo,entre 4 e 7% dos casos.

A maioria dos casos de câncer de mama é causado por estilos de vida e por problemas hormonais, como má alimentação, com exagero de gordura, abuso de álcool, falta de exercício, obesidade, menstruação precoce, menopausa ou gravidez tardia, entre outros fatores.

Em alguns casos, o câncer de mama pode ser detectado de três a cinco anos antes, mas esse diagnóstico precoce só pode ser obtido por meio da mamografia.

Os médicos falam muito da importância de fazer a mamografia a pelo menos uma vez ao ano a partir dos 40 anos de idade, além do auto-exame, que deve ser feito a partir dos 15 anos.

Existem vários tipos de câncer de mama, e o tratamento é específico para cada um. Basicamente há três tipos: benigno, maligno ou risco para câncer de mama, o tipo “pré ”maligno. Também há três tipos básicos de tratamento, que geralmente são feitos numa seqüência: a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia, mas a ordem destes tratamentos nem sempre é a mesma, pode variar de acordo com o paciente.

Para os que acham que o câncer de mama só atinge as mulheres, há um engano. O sexo feminino é o grande atingido, mas os homens também podem desenvolver essa doença. O câncer de mama masculino corresponde a 1%da proporção do câncer que ocorre nas mulheres, mas nos homens a maioria dos tumores é maligno. Por isso a prevenção é o melhor caminho.





Faça do auto-exame de mama uma rotina:

• O auto-exame deve ser realizado uma vez por mês, de 3 a 5 dias após o início da menstruação, a partir dos 15 anos. Para quem não menstrua mais, escolher um dia do mês, por exemplo, o dia 1 °.

• É importante lembrar que o auto-exame não substitui a mamografia, que deve ser realizada todo o ano, a partir dos 40 anos.

• O auto-exame serve para o conhecimento do próprio corpo e para detectar o que chamamos de câncer de intervalo, ou seja, o câncer que surge entre uma mamografia a e outra.

• Não adianta se palpar todos os dias,você não vai notar diferença se houver algum nódulo crescendo. Tem que ser uma vez por mês!

1. Inicialmente,em pé,em frente ao Espelho,observe o bico dos seios e a aréola. Apresentam alguma retração? Há alguma alteração na coloração da pele, da superfície ou do contorno da mama?

2. Ainda em frente ao espelho, levante os braços. Observe se aparece alguma retração na pele da mama ou do mamilo.

3. Agora, deitada, ponha um travesseiro sob seu ombro direito.Coloque seu braço direito atrás da cabeça e,com a mão esquerda, apalpe a mama direita.

4. Em movimentos circulares suaves, aperte levemente, com as pontas dos 3 dedos médios, juntos, toda a mama, para sentir se existem nódulos ou endurecimentos.

Não se assuste se você sentir pequenas granulações (como grãos de areia grossa) nas duas mamas. Cada mama é diferente uma da outra, e a aparência varia entre as mulheres também.


FENAMA – Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama

FALA, DOUTOR!
O Dr.Ivo Carelli Filho, mastologista da Faculdade de Medicina do ABC, dá algumas dicas para reduzir o risco de câncer de mama:

1) Faça exercícios regularmente
2) Amamente por pelo menos um ano
3) Não abuse da reposição hormonal,
4) Evite a gravidez muito tardia

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Matéria 4 - editoria Voz Ativa

Nas ondas do rádio

Reclame, sugira e se divirta ouvindo o som do seu bairro


Rádio Heliópolis: Todos os locutores são voluntários e recebem mais de 50 ligações por dia dos ouvintes da zona sul

O rádio é um dos meios de comunicação de mais fácil acesso. Eles são baratos e conseguem atingir muitas pessoas. Uma das rádios comunitárias mais conhecidas de São Paulo é a Heliópolis, 87,7 FM. A rádio, que existe há 16 anos, conta com 33 locutores e programas musicais, informativos e de entrevista.

No ano passado, por questões burocráticas, a rádio foi fechada. Agora faz um ano que foi reaberta e luta para ser reconhecida como uma rádio educativa.

No seu estúdio já foram entrevistadas personalidades como o ex governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, a ex-prefeita Marta Suplicy, o Senador Aluízio Mercadante e Eduardo Suplicy. Entre os artistas: Leci Brandão, Jair Rodrigues e Luciana Mello, sua filha, Wilson Simoninha, Lobão, entre outros.

“A rádio é focada na prestação de serviços, informamos sobre oportunidades de emprego, documentos perdidos, além de oferecer oficinas de rádio, edição de áudio e break”, conta a jornalista Cláudia Neves Pires, 26, conhecida como Claudinha, locutora e coordenadora da rádio.

O estudante Willian Batista, 25, conhecido como Liu MR, que também é rapper, diz que a rádio é uma ótima oportunidade na sua vida. “Eu estou no lugar certo, gosto de rádio e também estou fazendo jornalismo”, conta ele, que conseguiu uma das bolsas cedidas à comunidade de Heliópolis por meio da UNAS.

Na zona oeste, em Pirituba, existe a rádio Urbanos, 101,3 FM, criada por Claudio Santista, dono do bar que leva o mesmo nome, também criador do Sarau Literário Elo da Corrente. “Tudo começou meio que de brincadeira, depois ficou uma coisa séria. Hoje temos uma programação variada”, conta Santista, morador do Jardim Monte Alegre.

A rádio existe há oito anos e tem parceria com a OBORÉ, uma empresa de comunicação que envia CD’s informativos com dicas de saúde e outros assuntos que são transmitidos à população. Além disso, os moradores entram em contato para fazer críticas e reclamações de problemas no bairro, principalmente enchentes.


Cláudio Santista participa do Sarau com transmissão ao vivo pela Urbanos FM



O Sarau Elo da Corrente, que reúne moradores e outros interessados para ler e declamar poesias, a maioria criada por eles mesmos, é transmitido ao vivo pela rádio Urbanos FM.

Os que podem assistir vão ao Bar do Claúdio Santista, os que não podem escutam pelo rádio.

O ativista cultural e educador, Michel Silva, que acompanhou o surgimento da rádio e do sarau bem de perto diz que o sarau também é um microfone aberto, para que os moradores falem o que quiserem, já que a transmissão também acontece pela rádio. Mas lembra que alguns não se envolvem nestes trabalhos porque não entendem bem a proposta. “Algumas pessoas quando vêem outras organizando algo comunitário acham que é para o benefício próprio”, explica.

O Sarau mantém parceria com a Secretaria de Cultura do Estado para o lançamento de livros dos poetas do sarau, só neste final de ano serão lançados oito livros.

“Descobrimos muitos poetas de gaveta, pessoas que são nossos vizinhos e que a gente nem sabia que escrevia poesias”, conta Michel.

Rádio Heliópolis 87, 7 FM
Telefone: 2273-1844

Rádio Urbanos 101, 3 FM
Telefone: 3906-0348

Sarau Elo da Corrente
Bar do Cláudio Santista – Rua Jurubim, 788 – A – Jardim Monte Alegre - Pirituba – Zona Oeste. Quintas-feiras às 20h. (11) 3906-6081 c/ Michel ou (11) 3906-0348 c/ Cláudio Santista. http://elo-da-corrente.blogspot.com/

Matéria 3 - editoria Voz Ativa

Associações comunitárias:
saiba como colaborar com o seu bairro


Trabalho dos moradores beneficia periferia
e traz melhorias à população



Gilson Rodrigues: é um dos mais jovens líderes comunitários e trabalha com uma região de mais de 80 mil habitantes

Falta de iluminação, assaltos, problemas com rede de esgoto, carência de creches. Todas essas e outras reivindicações são feitas pelos moradores de vários bairros, muitos deles com a dimensão de uma cidade, como Heliópolis, com 125 mil habitantes e Paraisópolis, com 80 mil.

As “Polis”
O trabalho começa aos poucos, os moradores, muitos destes vindos do nordeste, vão chegando aos bairros, e com o crescimento aumenta as necessidades e a vontade de melhorar a região.
É o caso de Heliópolis, na zona sul, considerada a maior favela de São Paulo. A união dos moradores fez nascer a UNAS (União de Núcleos, Associações e Sociedades dos Moradores de Heliópolis e São João Clímaco), reconhecida nacionalmente com projetos de geração de renda, alfabetização, telecentro, habitação, jornal e rádio comunitária, creches, entre outras ações que beneficiam muitos da região.

“Temos 42 projetos para crianças e adolescentes e o apoio de muitas empresas. Agora estamos reivindicando um projeto para a terceira idade, que ainda não temos”, afirma Renato Carlos, assistente administrativo da UNAS e ex-aluno dos programas da associação.

A força da comunidade dá resultados. Em maio deste ano, a UNAS recebeu a visita do presidente Lula, que veio anunciar a urbanização do bairro, com recursos do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento).

Uma novidade que deixou muitos jovens satisfeitos foi a concessão de mil bolsas de estudo, da Universidade São Marcos para os moradores da região, em troca de serviços comunitários.

Há até programas sobre assuntos que pouca gente conhece, mas que são importantes para a juventude, como o NPPE (Núcleo de Proteção Psicossocial Especial). Uma parceria entre a UNAS e a prefeitura da cidade.
Neste programa os jovens entre 12 e 18 anos de idade, que cumprem Medidas Sócio-Educativas em regime Meio Aberto, como Liberdade Assistida, entre outras, tem a oportunidade de melhorar a auto-estima e as relações sociais, ao rever suas atitudes e buscar sair do ciclo de violência.

Solange Cruz, 42 anos, moradora de Heliópolis há 15 anos, sempre trabalhou com a comunidade, agora ela atua no programa de justiça e educação.

“Trabalhei por duas vezes no Conselho Tutelar, agora trabalho com a mediação de conflitos, que busca resolver os problemas entre alunos e professores por meio do diálogo”, explica.

“A UNAS te dá um espaço, o seu conhecimento é reconhecido, tanto é que consegui um emprego”, conta Mayara Nascimento, 19, que também conseguiu uma bolsa na São Marcos e um trabalho na UNAS, onde foi aluna.

Também na zona sul, Paraisópolis tem um trabalho comunitário forte. A associação comunitária do bairro tem 25 anos e atende 4 mil pessoas, com biblioteca, telecentro, terminal bancário, posto de atendimento da Sabesp e Eletropaulo e programas de alfabetização, jornal comunitário, atendimento jurídico, curso de inglês, cozinha-escola, entre outros programas.

As novidades são a construção de um CEU e uma AMA (Assistência Médica Ambulatorial). Essas e outras conquistas foram reivindicações dos moradores à Prefeitura.

O programa de alfabetização, que tem 40 salas na região é importante para os moradores, já que Paraisópolis tem 15 mil analfabetos. A associação luta por outras melhorias no bairro, como a vinda de mais comércios e serviços, a chegada das Casas Bahia, que empregou 60 pessoas da região e a dos bancos Bradesco e Caixa.

A cada três anos há uma eleição para escolher a diretoria da associação, este ano acontece de novembro a dezembro. Neste período são espalhados 14 pontos de votação por Paraisópolis.

A campanha tem direito a tudo, faixas, placas, carro de som, e o famoso boca-a-boca. Todos que trabalham nesse tipo de associação recebem bolsa auxílio, já que dedicam muitas horas da semana, ou todos os dias, a este trabalho.

“Fazemos reuniões todo mês e qualquer morador tem autonomia para dizer que é da associação para resolver algum problema com a prefeitura ou outra instituição. O atendimento à associação é mais rápido”, explica o presidente da associação de moradores de Paraisópolis, Gilson Rodrigues.

Ele também afirma que a associação tem um papel importante, mas nem todos os moradores estão ligados a essa questão, alguns nem sabem da existência da associação ou de onde vem algum benefício que recebem.

“Às vezes você dá o benefício para a pessoa, mas ela nem sabe de onde vem. O jornal da comunidade tem ajudado muito, mas a população ainda tem muito a conhecer”, explica ele.

“Esse trabalho não me afeta diretamente, mas acho que para comunidade foi muito bom, pelo que eu vejo e escuto falar”, diz o estudante Fernando Ferreira, 22, morador do Paraisópolis há quase 15 anos.

O trabalho voluntário
Além das associações comunitárias, há aqueles que decidem trabalhar em benefício da comunidade em trabalhos voluntários. Este é o caso de Andrea Cristina Sampaio, 34, Cleusa Aparecida Martins, 35 e Maria de Lourdes Martins, 33, que juntas formam o Conselho Popular de Saúde do Jardim São Francisco, em São Mateus, zona leste de São Paulo.

Além de fazerem parte do orçamento participativo, onde os moradores debatem como o dinheiro público pode ser usado em sua região, elas também reivindicam pela melhoria da saúde no bairro.

“Um dos grandes problemas é falta de um pediatra no AMA do Jardim São Francisco. Outro problema grave é o número de jovens envolvidos com as drogas e o álcool”, diz Andréa.

Juntas elas visitam as famílias da região, para marcar consultas, buscar remédios e esclarecer algumas dúvidas. Nesse trabalho afirmam que já atenderam cerca de mil pessoas, que vão ao encontro ou que as procuram em suas próprias casas por problemas de saúde ou até mesmo outras necessidades, como cestas básicas.

As três voluntárias, junto com outros movimentos, conseguiram enviar três propostas na área de saúde para o plano de governo da então candidata à Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy. Todos os projetos foram aprovados e abrangem não só a região de São Mateus, mas as carências de saúde em vários bairros da periferia.

Gerônimo Barreto, 44, presidente da Associação de Moradores Nossa Senhora Aparecida, também em São Mateus, reivindica uma assistência melhor às 1.500 famílias que tiveram que sair de suas moradias para dar lugar às obras do Complexo Viário Jacu-Pêssego.

“É um problema muito sério o que está acontecendo lá, vemos muitas famílias desabrigadas”, diz ele, que participa de projetos da comunidade com as três voluntárias do Conselho Popular de Saúde.

Você sabe o que são CONSEG'S?


A reunião do CONSEG da Brasilândia chega a reunir mais de 50 moradores

Os CONSEG’s (Conselho de Segurança) são formados por pessoas de um mesmo bairro que se reúnem todos os meses para planejarem e debaterem problemas e soluções para a melhoria de suas regiões e fortalecerem as relações com lideranças locais, como as subprefeituras. Só na capital são 84 grupos como este, e outros 40 na Região Metropolitana.

Participam dos CONSEGs um comandante da Polícia Militar, um Delegado da Polícia Militar ou Civil, um representante da SABESP, representante da subprefeitura, além de moradores, comerciantes do bairro e as associações comunitárias.

A equipe do Jornal Voz da Periferia visitou a reunião do CONSEG da Brasilândia, zona norte, no dia 16 de setembro.

A grande reclamação dos moradores foi o aumento dos assaltos na região, a falta de iluminação e o asfalto ruim em algumas ruas.

Na próxima reunião, que acontece toda terceira terça-feira do mês, todos voltam a se reunir para verificar se os problemas foram solucionados.

Para participar das reuniões do CONSEG de sua região basta procurar o Conselho de seu bairro ou ligar para o telefone (11) 3291-6979 para saber informações sobre o grupo mais perto de você.

Matéria 2 - editoria Eu curto!

Diversão não vai faltar!

Agenda cultural da periferia traz os principais eventos em diversos bairros


Cinema, samba, hip hop, sarau e teatro. Fica até difícil escolher o que fazer para se divertir. Opções é o que não faltam. E para reunir todos os eventos em um só lugar a ONG Ação Educativa criou, em 2007, a Agenda Cultural da Periferia.

A Agenda é um guia para você planejar onde e como se divertir sem ter que ir para muito longe. Afinal, a periferia também tem diversão. A cada edição são mais de 70 opções para você escolher.
O guia é distribuído todos os meses e também fica disponível no site: www.agendadaperiferia.org.br

Toda semana o jornal Voz da Periferia lista cinco opções da Agenda para você se divertir. Confira estas dicas e boa diversão!

Samba Popular Brasileiro
Compositores da comunidade da zona norte e autores consagrados apresentam suas músicas no Projeto Samba Popular Brasileiro. Organizado por Paulo Roberto (O Poeta) e convidados.
Rua São Quirino, 905 – Pq. Vila Guilherme (Trote), Zona Norte. Todos os sábados, das 14h às 17h. Entrada gratuita. (11) 3453-7690/9335-4055 c/ Paulo Roberto. E-mail:
paulorobertospb@gmail.com

Cine Becos

O projeto “CineBecos” surgiu em 2005, encabeçado por alunos da Oficina Experimental de Jornalismo da ONG Papel Jornal que atuam juntos há mais de três anos na região do Jd. Ângela, zona Sul de São Paulo. Há exibições de filmes com temas diversificados no CineBecos, seguidos de debates acerca dos mais diversos assuntos.
Casa Popular de Cultura do M’ Boi Mirim – Av. Inácio Dias da Silva, s/n – Piraporinha – Zona Sul. Entrada gratuita. (11) 5514-3408/7620-6233 c/ Rogério Pixote.

Sarau Elo da Corrente
Família Alerta ao Sistema e Rádio Comunitária Urbanos FM convidam a comunidade para se reunir, recitar suas poesias, pensamentos e músicas. O Sarau acontece nas quintas-feiras (exceto a última do mês),
Bar do Cláudio Santista – Rua Jurubim, 788 – A – Pirituba – Zona Oeste. Quintas-feiras às 20h. (11) 3906-6081 c/ Michel ou (11) 3906-0348 c/ Cláudio Santista.
http://elo-da-corrente.blogspot.com/

Hip Hop em Ação
Todo último sábado do mês essa atividade é desenvolvida na Casa do Hip Hop em Diadema. O objetivo é o fortalecimento da cultura do Hip Hop, difundindo os seus quatro elementos (MC, DJ, Breaking e Graffiti).
Casa do Hip Hop – Rua 24 de maio, 38 – Jd. Canhema – Diadema. Todo último sábado do mês, das 12h às 19h. Entrada gratuita. (11) 4075-3792

Semeando asas na comunidade
O projeto da ONG Pombas Urbanas traz o teatro para crianças, jovens e adultos, com espetáculos no centro da cidade e também na zona leste da cidade.
Centro Cultural Arte em Construção – Avenida dos Metalúrgicos, 2.100 (em frente ao Sacolão Tiradentes) Aos sábados, às 19h. (11) 2285-5699 – E-mail: contato@pombasurbanas.org.br