segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Parques e Jardins


Este poema feito pelo Fuzzil, poeta da zona sul, mostra a infinidade de jardins e parques da periferia, que na realidade não existem. São somente nomes “fantasia” para amenizar a vida periférica.


Que jardins são esses...
Que não vejo?
Jardim das Rosas, Jardim Irene
Jardim Castro Alves, Jardim Vazame
Jardim Selma, Monte Azul
São Bernardo, Campo Belo,
Jardim Santo Eduardo, Imbé
Jardim Comercial, Dom José
Que jardins são esses que não vejo...
Cadê o verde, os pássaros a cantar
Cadê o jardim que não vejo
Cadê o jardim, onde está?
Vejo becos e vielas
Barracos amontoados
Crianças brincando descalças...
Crianças brincando de barro
E o verde natureza
Parques que não existem
Parque Fernanda, Santo Antônio
Parque Ipê, Arariba
Parque Dom Pedro, Pirajussara
Parque do Lago, Novo Mundo
Que parques são esses que não vejo...
Oh! Qual seria o meu desejo
De sentir o cheiro do verde no ar
Cadê o parque que não vejo
Cadê o parque, onde está?

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Sarau da Cooperifa

Vale a pena conferir o Sarau do Cooperifa. A mistura de literatura, música e poesia mostra que no talento e na arte não existe distinção de classe. A matéria da TV Cultura é uma prova disso. É assistir para conferir!

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Apresentação


Não é preciso pesquisar muito para saber que grande parte do Brasil é formada por periferias. A pergunta é: se a periferia representa grande parte do País, por que, dentre os milhares de veículos, não existe um jornal ou revista voltado para este público? Várias respostas e questões virão à cabeça dos leitores.

1) A periferia não gosta de ler
R: Generalizar não é certo, é o mesmo que dizer que na periferia só há bandidos e violência. Por que existem escritores se lançando na periferia? Já ouviu falar do
Ferréz? Hoje ele é escritor e colabora com a Folha de S. Paulo, Caros Amigos e outros veículos, além de participar de eventos internacionais e lançar vários livros. Por que existe o Sarau da Cooperifa? Lá se fala de literatura, poesia, música e arte. A novidade atrai veículos como TV Cultura, Revista Época, entre outros. E por que quando se distribui o Metro e Destak nos faróis da cidade os passageiros dos ônibus se aglomeram nas janelas para pegar um exemplar e ler durante a viagem?

2) É uma proposta inviável
R: Já ouviu falar do
consumo formiguinha? É um termo engraçado, mas é usado pelo setor da construção civil quando se refere ao consumo da periferia. Em relação à classe alta o consumo individual da periferia é baixo, mas pensando que existem várias periferias e consumidores nestas áreas, estas muito maiores que as áreas nobres, esse consumo responde por uma porcentagem relevante no mercado. Se existem consumidores, mesmo que funcionando em esquema de “formigueiro”, existem anunciantes. Tire os consumidores da periferia das Casas Bahia, Habib’s, McDonald’s, Coca–Cola, Construtora Tenda, C&A, Avon, entre outras, e veja se estas empresas não teriam uma grande redução de lucro.

Uma coisa óbvia: se existem leitores, existem anunciantes, se existem consumidores destes anunciantes, existem anúncios para este público.

Como estudantes de jornalismo, nosso desafio de TCC é provar que a proposta é viável e, a partir de uma pesquisa com 100 moradores de periferias da cidade, envolvendo as quatro zonas de São Paulo, avaliar gostos e anseios da periferia em relação à mídia. Depois desta pesquisa o jornal Voz da Periferia entrará em ação, pelo menos na faculdade. A proposta é fazer um jornal semanal que trate de vários aspectos da vida nas periferias. Inviável??? Deve parecer idéia insana no primeiro momento, mas só a epistemologia dirá. Vamos fazer este projeto, apresentar o TCC e, já que não somos empresárias ou pessoas influentes na mídia, se o projeto não sair na prática, pelo menos a idéia ficará viva!