segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

É a vez dos jornais populares



Esta é a hora e a vez dos jornais populares. Rio de Janeiro e Belo Horizonte dominam na tiragem destes jornais. A matéria do Portal da Imprensa mostra esse crescimento. O Voz da Periferia terá o mesmo público, classes C e D, mas a linha editorial será diferente, o foco é nos acontecimentos e realidade da periferia, a prestação de serviços também será um forte. Num período em que a crença é de que os jornais impressos irão acabar, os periódicos populares nunca cresceram tanto. Pelo menos, enquanto a inclusão digital não se der de vez, os jornais impressos e, principalmente os populares, continuarão existindo.

Publicado em: 27/11/2007 18:16
Jornais populares explodem em vendas. São Paulo está fora da rota
Marina Dias/Redação Portal IMPRENSA

Os jornais populares se tornaram um fenômeno no Brasil. Entretanto, ninguém esperava que a venda desses periódicos se tornasse tão explosiva, desbancando os grandes veículos de comunicação que estão há anos no topo das tiragens. Esses novos dados foram divulgados pelo Instituto Verificador de Circulação (IVC), revelando que o tablóide mineiro Super Notícia, de Belo Horizonte, alcançava o primeiro lugar do ranking no mês de agosto, com aproximadamente 300 mil exemplares diários vendidos, desbancando a Folha de S.Paulo, que obteve uma média de 299 mil.
Na lista dos dez maiores jornais do país, o Super Notícia não é o único que segue a linha editorial popular. Outros títulos voltados, principalmente, às classes C e D também obtiveram destaque, como o Extra, do Rio de Janeiro, que ficou à frente do Estado de S.Paulo, e o Diário Gaúcho, do Rio Grande do Sul, que atingiu 152 mil exemplares.
Preços baixos, muitas cores e imagens, linguagem curta e objetiva e excesso de publicidade são imprescindíveis para o sucesso das publicações, é o que dizem os especialistas. Além deles, Lúcia Castro, editora-executiva do Super Notícia, afirma que essa é a fórmula para a grande tiragem de seu jornal. "Trabalhamos, também, com muitas promoções e os prêmios são sempre de boa qualidade. Nosso preço é excessivamente baixo (R$0,25) e nosso leitor sabe o que quer e onde encontrar".
Fundado em 2002, o tablóide mineiro cresceu 4.000% em 33 meses e, já em 2006, alcançou o primeiro lugar em Minas Gerais, deixando para trás o Estado de Minas, que foi líder em vendas por 40 anos. "As manchetes são sempre factuais, com apelo para a cobertura policial e celebridades", afirma Lúcia. Além disso, o editorial do Super, como é conhecido, é repleto de serviços, anúncios de empregos e seções destinadas aos aposentados e ao leitor que deseja anunciar o seu trabalho.
A distribuição é feita por vendedores ambulantes terceirizados e não há serviço de assinantes. "As vendas são avulsas, também em bancas, e o Super criou um novo público leitor, de pessoas que não liam e passaram a ler jornal. Não pensamos, portanto, em aprofundar as notícias, o público quer o que a gente dá", declara Lúcia.
É interessante notar que o mercado paulista conta com apenas duas publicações de perfil popular. O Diário de S.Paulo, que alcança uma tiragem de aproximadamente 70 mil exemplares e o São Paulo Agora, com uma média de 79 mil. Dessa forma, essas publicações ficaram bem abaixo do décimo colocado do ranking, o carioca O Dia, que chegou a 113 mil exemplares.
Mesmo sendo uma das maiores cidades do mundo, com 20 milhões de habitantes, São Paulo não avança no mercado editorial popular, fato observado, também, pelo fechamento do Notícias Populares, em 2002 e com seu principal jornal concorrendo com uma publicação de Belo Horizonte, cidade com 20% de sua população. Lúcia Castro acredita que o fato se dá por conta do formado desses jornais. "Eles não são tablóides e, além disso, não tem preços tão baixos", já que o Diário de S.Paulo é vendido por R$ 2,5 e o Agora tem preço de capa de R$1,5.
Vender a preços baixos, uma das fórmulas dos vitoriosos do mês de agosto, não prejudica a receita, segundo Peodomiro Braga, diretor-executivo do Super Notícias. "A alta receita de publicidade garante o lucro do jornal", finaliza.

Portal da Imprensa

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Cinema na periferia

Quem disse que em meio a "lixo" e entulhos não há tesouros? Foi assim que José Luiz Zagatti, catador de papelão e sucata, conseguiu encontrar materiais que deram início ao Mini Cine Tupy. O cinema gratuito, na periferia de Taboão da Serra, exibe muitos filmes, a maioria antigos, mas que conquistam muitos pelas histórias encantadoras. A maioria das crianças nunca foi ao cinema convencional, mas agora podem contar com todo esse clima de cinema, filme e pipoca, tudo por conta da casa. Com certeza esta será mais uma matéria do Voz da Periferia, é aguardar pra conferir. Enquanto isso, veja o vídeo que mostra um pouco dessa história de cinema.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Colecionador de pedras


Sérgio Vaz, idealizador da Cooperifa, lançou no ano passado o livro Colecionador de pedras, o livro reúne poemas que abordam muitos aspectos da vida, principalmente a vida na periferia. Gostei de muitos poemas, mas este, em especial, me chamou a atenção por tratar da miséria, falta de estrutura e planejamento familiar, coisas muito comuns na periferia.


Jorginho

Jorginho
ainda não nasceu,
tá escondido, com medo,
no ventre da mãe.
Quando chegar
não vai encontrar pai
que saiu pra trabalhar
e nunca mais voltou
pra jantar.
No barraco em que vai morar
cabem dois,
mas é com dez
que vai ficar.
Sem ter o que mastigar,
nem leite pra beber,
vai ter a barriga inchada,
mas sem nada pra cagar.
Não vai pra escola
não vai ler, nem escrever,
vai cheirar cola,
pedir esmola
pra sobreviver.
Não vai ter sossego
não vai brincar
não vai ter emprego,
vai camelar.
Menor carente,
vai ser infrator
Com voto de louvor,
deliquente.
Não vai ter páscoa
não vai ter natal,
se for esperto, se mata
com o cordão umbilical.