segunda-feira, 7 de abril de 2008

Pesquisa de campo: Paraisópolis



Neste último sábado começamos nossa pesquisa de campo. Fomos na segunda maior favela de São Paulo, Paraisópolis, aliás fomos muito bem recebidas. Ao conversar com as pessoas descobrimos muitas coisas. Uma coisa que eu não sabia: Paraisópolis tem trânsito, acreditem! A dimensão é de uma pequena cidade, mas não há urbanização planejada. A rua é um grande estacionamento. As pessoas têm casas, a maioria sem garagem, e acabam lotando as ruas estreitas de carros, resultado: um emaranhado de automóveis, além da falta de sinalização. Apesar do grande movimento, não há faróis em Paraisópolis. Eu provei do trânsito na volta para casa, e uma mulher chegou a me dizer que se alguém estiver precisando de socorro médico, uma ambulância demoraria muito para chegar e sair do local, ficaria presa.

Mas não foi só isso que descobrimos, ao conversar com as pessoas, para preenchermos nossas fichas de pesquisa, soubemos de um caso muito estranho envolvendo a Eletropaulo e alguns moradores da região. Prefiro não falar mais sobre o caso antes de apurar, isso nós vamos fazer no jornal, se o caso for verdadeiro a matéria será dada, mas antes vamos ver se o caso procede.

Alguns dados interessantes dessa primeira pesquisa, feita com 25 pessoas, merecem ser colocados aqui, apesar que o que valerá mesmo será o resultado final, envolvendo pesquisas em todas as zonas da cidade.

O que me impressionou: 38% dos entrevistados tem renda mensal familiar de até R$ 500,00. Alguns chegaram a dizer que seria um valor bem inferior a este.

Pense: sustentar uma família inteira com R$ 500,00 por mês. É um grande desafio neste País. O que se pode perceber é que a maioria destas pessoas, 39%, só tem o ensino fundamental incompleto, e para elas o mercado de trabalho é restrito, muito restrito. O que acontece é que muitos não conseguem emprego com essa escolaridade e acabam dependendo da renda de outra pessoa da casa. Nesses casos, geralmente, uma única pessoa da família consegue trabalho fixo.

Outras descobertas:

Sobre o nome do jornal
Entre vários nomes sugeridos para o nome do jornal, Voz da Periferia ganhou com 86% dos votos, Infoperifa ficou em segundo lugar com 13% dos votos.

Editorias abordadas
A maioria das pessoas, 44%, querem ler matérias sobre saúde e qualidade de vida, 18% sobre política, 14% cursos gratuitos e emprego, cultura e esporte ficaram empatadas, 12% para cada editoria.

Por enquanto é isso, zona leste, norte e oeste nos esperam!
Izabela Vasconcelos O. Almeida

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