domingo, 31 de janeiro de 2010

Matéria 16 - Editoria Seu Bolso

Economize na compra da cesta básica

Pesquisando bem é possível poupar mais de mil reais por ano





Todos os meses, a dona de casa, Ana Cinthia Gabriel, 22, percorre os quatro supermercados próximos de sua casa procurando os melhores preços. Ela não abre mão dessa rotina, que

afirma ser muito econômica. “Eu vejo o que estou precisando em casa, faço uma lista e pesquiso nos quatros supermercados próximos de onde moro. Os preços sempre são muito diferentes”, explica.

Ana Cinthia tem razão, a diferença nos preços dos alimentos varia muito. Para conferir essa variação, a reportagem do Jornal Voz da Periferia decidiu pesquisar o preço da cesta básica em oito supermercados das quatro zonas de São Paulo, tanto em mercados de bairro, como em grandes redes de supermercados.

O leite, por exemplo, que para Ana Cinthia é essencial, já que tem uma filha de um ano, chegou a uma variação de aproximadamente 40%, de R$ 1,39 a R$ 1,95, o que, para ela, representa uma economia de R$ 80,64 por ano, já que consome 12 litros de leite por mês.

‘Fique sempre atento com as promoções. Alguns supermercados diminuem o preço de um produto e aumentam o preço de outros”.

O que chama mais a atenção é a grande diferença no preço da batata e do tomate. No Carrefour de Pirituba foi possível encontrar a batata por R$ 0,69 o quilo, já no supermerca-do da mesma rede, na Giovanni Gronchi, o quilo saiu por R$ 1,99, uma variação de 190%.

A grande diferença se deve a promoções na rede. O quilo do tomate variou de R$ 0,89 a R$ 2,39, uma variação de 170% e uma economia de R$ 162,00 ao ano, levando em conta os nove quilos de tomate listados na cesta básica mensal do DIEESE.

É claro que nem sempre o consumidor consegue pesquisar em diversos supermercados. Mas nos oito supermercados pesquisados a equipe do Jornal Voz da Periferia chegou à conclusão que uma grande economia pode ser feita, cerca de R$ 89,54 por mês, ou R$ 1074,48 ao ano, listando os itens mais baratos de cada estabelecimento. (veja no quadro abaixo)

“Faça uma lista dos alimentos e produtos que são mais importantes para a sua família, assim você evita levar produtos desnecessários e esquecer os importantes.

"Fique sempre atento com as promoções. Alguns supermercados diminuem o preço de um produto e aumentam o preço de outros”.

Já pesquisando a cesta básica completa em cada supermercado, e não apenas o alimento mais barato em cada um, a variação é de 18%, ou R$ 34,67, o que representa uma economia de R$ 408,00 ao ano. (veja na lista ao lado).

“Cuidado com o bolso: se você ganha um salário mínimo por mês, deve trabalhar mais de 124 horas para comprar a cesta básica, de acordo com dados da DIEESESP”.

Maria Inês Dolci, 50, coordenadora institucional da Pro Teste, associação de direitos do consumidor, e colunista do jornal Folha de São Paulo, dá uma orientação. “Faça uma lista do que está precisando, tenha idéia dos preços em outros supermercados e tenha cuidado com as promoções. O brasileiro é muito consumista, precisa aprender a comprar somente o que precisa”, diz ela.

Clique nas tabelas abaixo para visualizar:





Aprenda a variar o cardápio sem afetar o seu bolso

Em época de carne bovina cara, pesquisar vira uma tarefa e se o seu orçamento não permite colocar carne à mesa diariamente, saiba que existem bons substitutos a preços acessíveis.

Com as variações constantes de preço, a presença da carne vermelha se tornou raridade na mesa das famílias brasileiras e, com isto, as donas de casa passaram a mudar o cardápio, substituindo carne vermelha por carnes brancas, como peixe e frango.

Além de a carne branca ter um baixo teor de gordura, alto nível de vitaminas, proteínas e minerais, ela também possui um preço bem inferior. Hoje, 1 quilo da carne vermelha varia de R$8 a R$14 e com esse mesmo valor é possível comprar até 3 quilos de carne branca e caprichar no prato do dia.

Outro detalhe que a consumidora sempre deve estar atenta é na hora de fazer a pesquisa de mercado. Se você está acostumado a comprar no primeiro lugar que vê, pare com esse costume, pois a diferença de preço entre um açougue e outro é enorme.

No Paraisópolis a equipe do Jornal Voz da Periferia, encontrou dois açougues na mesma rua, a distância entre os dois era de apenas 10 metros, já a distância do preço era gritante.

Em um, o quilo do Coxão Duro custava R$11,95, já no segundo açougue a mesma carne saía por R$8,98, uma diferença de 25%, o que garante uma economia considerável para ser aplicada em outra compra.

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